MPT-BA investiga explosão de fábrica de fogos com duas mortes
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) investiga no âmbito trabalhista a morte de duas vítimas de uma fábrica clandestina de fogos de artifício, ocorrida no feriado do São João, dia 24 de junho, na zona rural de Maragogipe, no Recôncavo Baiano. O fato aconteceu na comunidade de Samambaia e deixou dois irmãos gravemente feridos, exigindo até o uso de um helicóptero no resgate.
Nesta semana, as vítimas não resistiram e faleceram em unidades de saúde da região. O primeiro foi o adolescente João Vitor de Jesus Batista, conhecido como JV, de apenas 17 anos completados no último dia 22 de junho, morto na segunda-feira (30). Nesta quarta-feira (2), David Miguel de Jesus Batista, conhecido como Dedé, de 25 anos, também veio a óbito após uma semana hospitalizado.
Uma série de ações conjuntas realizadas este ano pelo MPT, Polícia Civil, Departamento de Polícia Técnica, Exército e Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, apreendeu 2,8 milhões de fogos ilegais e realizou duas prisões. As operações Brincar com Fogo, que integrou diversos órgãos e Em Chamas, realizada posteriormente somente pela Polícia Civil, são uma resposta dos órgãos públicos na produção clandestina de fogos, principalmente no Recôncavo baiano. A repressão à atividade busca evitar que novas mortes continuem a ocorrer, somando-se às 64 vítimas de 1998 em Santo Antônio de Jesus e às vítimas que agora surgem em casos isolados.
Além de Salvador, foram apreendidos materiais clandestinos em cidades como Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Serrinha e Feira de Santana. As equipes ainda estiveram em um ponto de produção ilegal de fogos em Alagoinhas, onde cinco trabalhadores foram resgatados em condições semelhantes à escravidão. Os materiais apreendidos foram destruídos. O grande número de apreensões, de trabalho escravo e de acidentes de trabalho reforça a percepção do MPT de que a atividade mudou desde a grande explosão de 1998. Em vez de concentrar a atividade em um galpão, como antes, os responsáveis pela atividade ilegal pulverizaram a produção, criando pequenos locais de fabricação dos artefatos em áreas rurais, nas casas de pessoas humildes, que recebem os insumos e ganham por produção.
A identificação do responsável pela pequena fábrica clandestina de Maragogipe, que matou os dois irmãos, é o principal desafio do inquérito aberto pelo MPT. Uma ação civil pública contra o principal empresário do setor, Gilson Froes Prazeres Bastos, filho do dono da fábrica que explodiu em 1998 na maior tragédia trabalhista da Bahia, busca uma indenização à sociedade e impedir a prática clandestina.
No processo, o MPT conseguiu uma decisão liminar concedida pela juíza Adriana Manta, da 24ª Vara do Trabalho de Salvador, proibindo Gilson, seus sócios e suas empresas de fabricar, vender, transportar material explosivo e de contratar terceiros para realizar a atividade. Nas operações deste ano, o órgão flagrou o descumprimento e já está cobrando as multas previstas na Justiça.
Outras notícias
Comércio terá mudanças viárias durante a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia
05 de Dezembro de 2025
Prefeitura inicia projeto de fortalecimento da Atenção Primária em parceria com o IEPS e instituições nacionais
05 de Dezembro de 2025
Muniz diz que Cine Excelsior ainda pode ser recuperado para nova sede da Câmara de Salvador
05 de Dezembro de 2025
Natal no Centro Histórico terá esquema de segurança reforçado com reconhecimento facial, revistas e monitoramento
05 de Dezembro de 2025
Otto Filho já tem maioria assegurada para ocupar vaga no TCE-BA
05 de Dezembro de 2025
Do amor à indecisão 09 de Março de 2018
TSE mantém multa contra campanha de Bolsonaro por fake news 21 de Junho de 2023
Advogado de Lula pede que juiz reconsidere acesso a sistema da Odebrecht 05 de Setembro de 2019
Guns N’ Roses inicia venda de ingressos para show em Salvador; confira valores 03 de Dezembro de 2025