Jovens admitem desobedecer os pais ao usar internet
DA REDAÇÃO|BA25HORAS
Embora os filhos afirmem que os pais tentam orientá-los sobre como navegar com mais segurança pela internet, seis em cada dez crianças e jovens brasileiros que usam a rede admitem que não atendem as orientações dadas por eles. Os números são da edição 2014 da pesquisa anual sobre o uso da internet por crianças e adolescentes entre a faixa etária dos 9 a 17 anos no Brasil feita pelo Cetic.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil).
Segundo os jovens entrevistados, 34% dos pais sabem pouco ou nada sobre suas atividades na internet. Mais da metade dos pais (54%) não usa a rede. "Os pais não precisam saber usar a internet da mesma maneira que os filhos usam, mas é muito importante que eles saibam pelo menos o básico", explica Rodrigo Nejm, que é psicólogo e diretor de educação da SaferNet Brasil. Para ele, a expansão do uso da internet pelo celular dificulta bastante o monitoramento dos filhos do que nos computadores, mas é importante que o diálogo sejam mantidos entre eles. O uso das redes sociais é a principal atividade feita pelas crianças.
É aí que a preocupação com a segurança dos filhos começa. De acordo com a pesquisa, oito em cada dez crianças e jovens tem um perfil em alguma rede social, principalmente no Facebook (78%). Foram entrevistados 2.015 crianças e adolescentes usuários de Internet com idades entre 9 e 17 anos em todo o país, sendo que 48% dos casos, os perfis foram criados com a ajuda ou por outra pessoa. Isso acontece principalmente na faixa dos 9 aos 12 anos. Apenas 12% das crianças entre 9 e 10 anos criaram o perfil sozinha.
No caso do Facebook, apenas pessoas com mais de 13 anos podem fazer o cadastro. Resultado: 32% admitiram mentir a idade para poder ter acesso ao mesmo.
"Ela me pediu para entrar porque gostava de uns joguinhos. Fiz o cadastro e sempre a oriento a nunca conversar nem aceitar pedidos de amizade antes de falar comigo. Hoje ela nem liga muito, mas já houve épocas que ela falava bastante com os amigos da escola e eu sempre fico de olho", conta a mãe, Ana Carvalho, 38. Já Maria Eduarda Carvalho Lucena tem 10 anos e tem um perfil desde o ano passado. "Eu quis entrar para ficar sabendo as novidades dos meus amigos. Costumo postar pouca coisa e gosto de ficar vendo as fotos dos meus amigos", conta Maria Eduarda, que também tem uma conta no WhatsApp, aplicativo de troca de mensagens.