O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou, nesta terça-feira (26), com urgência, a paralisação das obras no Shopping Paralela. De acordo com o órgão, a faculdade Unime está sendo construída no terceiro pavimento do espaço, o que pode causar danos à estrutura.

Ainda segundo o MP-BA, o documento, assinado pela promotora de Justiça Joseane Suzart, foi encaminhado à Unime, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Sedur) e à Defesa Civil Municipal (Codesal) no final desta tarde.

O órgão estadual pediu que sejam paralisadas as atividades que acontecem em locais de risco dentro do shopping e o isolamento das áreas indicadas. A promotora solicitou, também, que a administração apresente documento que garanta a segurança do local, uma vez que ficou comprovado que existem condições físicas irregulares, com rachaduras e ondulações no teto e pisos do estabelecimento.

Fiscalização

Após todos os acontecimentos recentes envolvendo a estrutura do Shopping Paralela, em Salvador, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) se reuniu, nesta terça-feira (26), com a Sedur e a Codesal para uma fiscalização nas dependências do estabelecimento.

De acordo com o presidente do órgão, o engenheiro civil Luis Edmundo Prado de Campos, “as deformações no piso, que são típicas de lajes diretamente sobre solos compressíveis, não comprometem a segurança da estrutura do prédio”.

Apesar disso, em razão dos problemas, o Crea-Ba solicitou que sejam apresentados laudos técnicos que comprovem a segurança da estrutura.

Ainda segundo Luis Edmundo, os documentos são importantes, uma vez que obras de ampliação estão sendo realizadas no local. O Crea-Ba, apesar de ter como função o exercício ético e legal da profissão, após conversa com a administração do Shopping Paralela, propôs uma reunião para discutir as medidas que têm sido adotadas diante dos problemas.

Participaram da visita desta terça-feira o presidente do Crea-BA, Luis Edmundo Prado de Campos, o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-BA, engenheiro civil Leonel Borba, além de uma equipe de fiscalização do Conselho, membros da Sedur e Codesal.

Por meio de nota, o Shopping Paralela afirmou que o laudo técnico já foi enviado aos órgãos, contando a informação de que “tanto na situação encontrada em 2017 quanto na atual de 22/02/2019, que não há recalque de pilares estando os mesmos sobre fundação profunda. Demonstrando de forma nítida que qualquer deformidade sofrida pelo piso G2 não afeta as demais partes da estrutura”.

A administração do estabelecimento declarou que, em todas as visitas feitas pela Sedur, em 21, 25 e 26 de fevereiro, foi confirmado “que não há risco estrutural no empreendimento proveniente das ondulações do piso do G2”. A Codesal esteve no shopping nos dias 18, 19, 25 e 26 deste mês. A última visita, nesta terça-feira, contou com a presença do Crea-Ba, que corroborou com entendimento da pasta municipal.

“Reconhecemos que as ondulações do G2 afetam essa percepção de segurança e conforto aos usuários, por isso, nos comprometemos em realizar prontamente as intervenções de nivelamento do piso, conforme exigido pela Sedur, Codesal e Crea-Ba, ressaltando que as ondulações do piso do estacionamento não oferecem risco à estrutura do shopping”, declarou o shopping.

Confira na íntegra nota da Prefeitura:
"Foi realizada nesta terça-feira (26) uma vistoria conjunta da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), Defesa Civil (Codesal) e Conselho Federal de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea) no Shopping Paralela, após a queda de um pedaço de gesso do teto, na segunda-feira (25). Durante a ação, foi constatado que não há risco de colapso na estrutura do shopping.

O centro de compras também enviou à Codesal laudo técnico informando que não se constatou instabilidade na estrutura que possa colocar em risco o público que frequenta o local. O laudo será avaliado por um corpo técnico da Codesal.

Em relação à ondulação do piso do estacionamento G2, o Shopping Paralela informou oficialmente à Sedur que vai dar início à determinação de efetuar as devidas correções, conforme solicitação feita pelos órgãos da Prefeitura, sob pena de interdição da área em caso de descumprimento".