Salvador Capital Afro inicia oficinas para afroempreendedores
Após uma semana do lançamento oficial, o Salvador Capital Afro (SCA) iniciou suas ações para valorização das manifestações culturais, de incentivo ao potencial criativo e afroempreendedorismo nesta sexta-feira (2), em um evento que seguirá até este sábado (3), na Senzala do Barro Preto, no Curuzu. A ação é uma iniciativa da Prefeitura para o fortalecimento ao turismo étnico-afro e envolve as secretarias de Cultura e Turismo (Secult) e da Reparação (Semur).
Neste primeiro dia, o evento contou com a oficina "Batekoo - Cultura Nóis que Faz" que abordou criação de projetos e territórios populares, a arte como possibilidade e o afroconsumo virtual. No dia seguinte, a programação continua com uma mesa redonda sobre "O Empreendedorismo Pela Ótica das Mulheres Negras", com mediação de Val Benvindo e participação de Amanda Dias, Maylla Pita e Paloma Zahir.
Moradora do Calabar, a empreendedora Eronildes Barbosa da Silva destacou o quanto a programação tem agregado valor para sua vida. "Para mim está sendo muito bom participar deste evento. Eu trabalho colocando goma em roupas, só que eu não sabia o preço para eu cobrar deste serviço, então trabalhava praticamente de graça. Agora, com a palestra que participei, eu aprendi o valor do meu trabalho e o preço que devo cobrar. Vou sair daqui com a mente aberta”, ressaltou.
Iniciativa - O Salvador Capital Afro é a terceira ação de um conjunto de iniciativas do Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro de Salvador. As ações executadas como parte do plano anteriormente foram o Afro Biz e o Afroestima.
A especialista em Turismo do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) na capital baiana, Simone Costa, explicou que o SCA tem como propósito posicionar Salvador como capital afro do Brasil e das Américas, partindo da proposta do afroturismo. “A comunidade que cria essa cultura afro da cidade precisa estar inserida economicamente no contexto. O Salvador Capital Afro tem este propósito de reposicionamento histórico e posicionamento de identidade. Dentro dessa proposta há um conjunto de ações que vem, primeiramente, fortalecendo territórios e comunidades”, contextualizou.
Ações nos territórios de fortalecimento interno e prospecção de projetos, como esta que está ocorrendo no Curuzu, terão continuidade ao longo do mês de setembro e deverão ser realizadas nas regiões do Centro Histórico, Rio Vermelho, Itapuã e Ilha de Maré. As áreas escolhidas são de intervenção do Prodetur, mas as ações desenvolvidas interagem com toda a cidade.
Marco – O Salvador Capital Afro terá um festival que ocorrerá de 16 a 20 de novembro e englobará diversas ações, dentre elas uma reunião que irá envolver autoridades locais, nacionais e internacionais para discutir políticas públicas. Deste encontro deverá ser firmado um acordo internacional que traga ganhos diretos para a população negra da capital.
Também haverá um ato econômico reunindo o trade turístico local, nacional e internacional e afroempreendedores para estabelecer parcerias econômicas e promovendo rodadas de negócios onde participarão mais de 100 empresários dialogando com os afroempreendedores.
Está previsto também um ato educacional que reunirá mulheres de referência para discutir problemas que são inerentes à vivência feminina em nível nacional e internacional, a exemplo do feminicídio, racismo e violência doméstica. A ideia é que a troca de experiências possa ser inspiradora e motivadora para as participantes.