Partido de Marina busca novas filiações na Bahia
FONTE: TRIBUNA DA BAHIA
A Corte já reconheceu 55,7 mil fichas entregues pelo partido, sendo que faltavam 53 mil, e a expectativa é que a legenda seja oficializada para participar das eleições municipais do ano que vem com o número de identidade já definido, que será 18. Na Bahia, onde foram coletadas 4 mil assinaturas e validadas pouco mais de duas mil, a expectativa é que o partido atraia novas lideranças e políticos de outros partidos, mas existe um filtro para que o interessado possa adentrar a legenda liderada nacionalmente pela ex-ministra Marina Silva.
O coordenador da Rede no estado, Júlio Rocha, afirma que tem recebido diariamente cerca de 15 telefonemas de interessados em ingressar no partido, mas ele ressalta que existem restrições. “Nosso interesse é o diálogo com as pessoas interessadas em fazer parte da Rede, que elas se identifiquem com a nossa proposta. Por isso, nossa prioridade é a vinda de cidadãos, lideranças de movimento popular, ambientalistas. Nesse sentido, tem nos procurado vereadores de toda a Bahia, vice-prefeitos, ex-deputados. Eu tenho dito que a rede tem princípios, temos um manifesto e a gente não abre mão disso”, destaca Rocha.
O dirigente diz que dentre as normas do manifesto estão o rompimento de algumas regras tradicionais como o estabelecimento de limite parlamentar e a não reeleição. Cada parlamentar só poderá se candidatar duas vezes, pois o objetivo é a renovação política, segundo o coordenador. “Nossos filiados teriam uma postura diferente. Como exemplo, cito o caso da redução da maioridade penal. Também não aderimos, com orientação de Marina Silva, aos movimentos de rua pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O filiado precisará buscar a coerência que a Rede busca e para isso terá que ler nosso manifesto para que lá na frente não se surpreenda. Estamos tendo o cuidado de aprofundar o diálogo para evitar filiações aleatórias”, conta.
Júlio Rocha lembra ainda que o partido quebra o engessado modo de comando partidário. “Não teremos presidente, teremos coordenações regionais e cada núcleo será formado por um homem e uma mulher, o que consideramos um avanço em nosso estatuto. Na Bahia, tem eu e Iaraci [Dias] em Camaçari”, exemplificou. Rocha conta ainda que algumas cidades no estado já estão com articulações avançadas para ter candidato a prefeito, como é o caso de Vitória da Conquista, Feira de Santana, Camaçari, Lauro de Freitas, Porto Seguro, Ilhéus, Barreiras e Seabra. Sem querer citar nomes, o coordenador diz que existe uma gama de “lideranças do PT que quer” ir para a Rede.
Para afinar os detalhes sobre o pleito municipal do ano que vem, a Rede Sustentabilidade vai se reunir em encontro estadual na Bahia no dia 24 de outubro, mas concluirá a discussão no congresso nacional em Brasília, previsto para ocorrer entre os dias 27 e 29 de novembro. Como a Rede não descarta a formação de alianças, o assunto será um dos temas do encontro. “Temos dialogado com partidos, diversos setores, representantes do PSB, PT, Psol. A ideia nossa é que a gente possa constituir alianças, porque a Rede não acha que é a dona da verdade. Não está descartada a existência de alianças programáticas, com afinidades com o nosso programa”, aponta.
O dirigente também relata que a missão agora é correr o estado em busca de novas filiações, de olho no prazo legal de agregação de novos nomes que é até 2 de outubro, data que antecede um ano das eleições de 2016.