Muniz reforça desejo de mudar sede da Câmara de Salvador
Presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB) reiterou o desejo de mudar a sede do Legislativo soteropolitano do atual prédio do Paço Municipal, na Praça Thomé de Souza, sobretudo após incêndio que atingiu o imóvel, em fevereiro.
O tucano citou o prédio do antigo Cine Excelsior, na Praça da Sé, e também levantou a possibilidade de imóveis situados no Comércio. “É um prédio de mais de 200 anos e que precisa de uma preservação melhor. Não se pode ter um movimento como é na Câmara Municipal e com a preservação de um prédio histórico”, disse Muniz, em entrevista ao Aratu On.
Muniz reforçou que a decisão será tomada após diálogo com vereadores e a sociedade civil, o que ainda não ocorreu. “É ouvir os vereadores e a opinião do povo e ver o que eles acham melhores para podermos tomar uma decisão”, pontuou.
As sessões da Câmara de Salvador retornaram ao Paço Municipal no início de junho, após quatro meses sendo realizadas no Centro de Cultura, espaço situado ao lado da prefeitura.
Carlos Muniz, presidente da Câmara de Salvador | Foto: Raissa Freitas/Aratu On
Cine Excelsior
O Cine Excelsior, possível nova casa da Câmara de Salvador, Primeiro cinema católico da Bahia, o Cine Excelsior foi inaugurado em 17 de abril de 1935, ocupando o lugar do Cine São Jerônimo. Pertencente à Congregação Mariana de São Luiz, o espaço foi fundado pelo frei Hildebrando Kruthaupse e tinha como objetivo arrecadar recursos financeiros para a manutenção da ação evangelizadora dos franciscanos, em Salvador. Após inúmeras dificuldades financeiras, na década de 1980 o Cine Excelsior foi arrendado e, em seguida, fechado no fim desta mesma década.
Em 2022, a prefeitura anunciou convênio para revitalizar o imóvel a fim de construir um centro de convenções no local. A ideia, contudo, não prosperou até o momento.
Cine Excelsior, possível nova sede da Câmara de Salvador | Foto: Lucas Moura/Secom
Câmara de Salvador no Paço Municipal
O Paço da Câmara Municipal de Salvador é um dos mais significativos exemplares da arquitetura civil colonial brasileira. Sua fachada principal apresenta arcadas em pedra de cantaria, apoiadas sobre colunas toscanas. Acima delas, distribuem-se 13 janelas de púlpito, protegidas por grades de ferro. A planta do edifício organiza-se em torno de um pátio central, onde foi instalada uma cisterna e construída uma escadaria com degraus e corrimões revestidos em mármore. Essa escada dá acesso ao Salão Nobre e ao Plenário Cosme de Farias.
A primeira sede da Câmara foi erguida em 1549, com paredes de taipa e telhado de palha, nos moldes da construção indígena. À época, recebeu o nome de Casa de Audiência e Câmara. Em 1551, foi substituída por um prédio de pedra e cal, com cobertura de telhas, denominado Casa da Cadeia e Câmara, conforme a tradição portuguesa. Com o passar dos anos, novas dependências foram sendo anexadas de acordo com as necessidades administrativas.
Nove anos depois, o governador-geral Francisco Barreto de Menezes determinou a construção de uma nova sede para a Câmara. Em 1696, sob o governo de Dom João de Lencastro, o edifício foi reformado. Foram construídas uma torre abobadada com sino (fundido em 1615), uma nova sala de audiência e outras salas de segredo.
Câmara de Salvador em 1971 | Foto: divulgação/CMS
Já em 1795, o governador Dom Fernando José de Portugal autorizou uma nova reforma, que resultou na construção de uma cadeia, uma enfermaria e uma nova cisterna. Em 1885, foi encomendado ao arquiteto baiano Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá um projeto de reforma mais abrangente. O Paço ganhou uma nova fachada, decorada com elementos do estilo renascentista e grades de ferro entre as arcadas. A antiga torre foi substituída por um torreão, e o sino, por um relógio elétrico com quatro mostradores iluminados.
Durante a administração do presidente Freire Filho, em 1894, foram finalizadas melhorias internas, como a instalação de mármore no vestíbulo e nos corrimões da escada que dá acesso à sala da assembleia. Também foram assentados degraus de mármore branco na descida para o pátio interno.
Em 1970, por iniciativa do então prefeito Antonio Carlos Magalhães, a fachada externa passou por um processo de restauração, retornando ao seu estilo colonial original. Na época, o prédio ainda abrigava a sede da Prefeitura de Salvador.
Por fim, em 2001, novas reformas foram realizadas no Paço. Nesse processo, foi instalado o Memorial da Câmara, que passou a ocupar o andar térreo da ala sul do edifício.
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