Evento celebra 20 anos da Política de Saúde da População Negra em Salvador

Em julho deste ano, profissionais da Unidade de Saúde da Família (USF) Calabetão promoveram no centro médico um evento para mulheres negras moradoras do bairro. A ação contou com oficinas, distribuição de kits odontológicos, escovação supervisionada dos dentes e práticas terapêuticas como reflexoterapia e aromaterapia.

Essa foi apenas uma das experiências exitosas apresentadas nesta quarta-feira (12) durante a II Mostra de Boas Práticas em Saúde da População Negra de Salvador, que integra as ações do Salvador Capital Afro. Realizado na Escola de Saúde Pública de Salvador, o evento foi promovido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em comemoração aos 20 anos de implementação da Política de Saúde da População Negra no município.

“Na ocasião, convidamos um morador da comunidade formado em dança pela Ufba, que participa de pesquisas sobre a história da origem do bairro. Ele fez uma oficina de turbantes e também participou de uma roda de conversa com uma troca muito interessante de conhecimento. As mulheres foram maquiadas, tiraram várias fotos para o painel e nós sentimos que elas conseguiram se ver. Foi uma ação que trouxe para perto as mulheres negras da comunidade”, contou Anna Beatriz Ribeiro, cirurgiã dentista da USF Calabetão.

Subcoordenadora em Cuidados Transversais em Saúde, Djara Mahim destacou a importância de estruturar uma política de saúde específica para a população negra em uma cidade como Salvador. “Ao longo desse tempo, produzimos diagnósticos da situação de saúde dessas pessoas, introduzimos a pauta da saúde da população negra no Plano Municipal de Saúde. Todos esses anos, conseguimos produzir metas e indicadores a serem cumpridos pelos profissionais. Conseguimos transversalizar e fazer um recorte por raça/cor”, afirmou Djara.

Também foi apresentado na mostra um mapeamento da população em situação de rua do Distrito Sanitário Cabula/Beiru. “É um tema extremamente pertinente, pois sabemos que 94% da população em situação de rua é formada por pessoas negras”, pontuou a subcoordenadora em Cuidados Transversais em Saúde.

Uma das autoras do mapeamento, a auxiliar de saúde bucal Ana Paula Andrade disse que o objetivo do trabalho é diminuir a invisibilidade da população em situação de rua e assegurar o cumprimento do decreto que institui a Política Nacional Para a População em Situação de Rua. “Nós pretendemos apresentar esse mapeamento também aos profissionais do Distrito Cabula/Beiru e realizar um mapa vivo, com atualização constante dos dados”, apontou.

Técnica do Campo Temático de Saúde da População Negra, Joana Carvalho destacou que a mostra reuniu 12 apresentações de experiências exitosas de implementação da política de saúde para a população negra. “Eu acho que é uma forma de trocar experiências, na qual uma equipe pode ver o que a outra está fazendo e ter repertório de ação. Também é um reconhecimento e legitimação dessas ações, que são tão importantes para a melhoria da assistência e da qualidade da saúde que prestamos para a população negra do nosso município”, disse.

Programação – O evento começou com uma mesa comemorativa que relembrou a trajetória da Política de Saúde da População Negra na cidade, desde a criação do Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra, em 2005. O grupo de trabalho surgiu antes mesmo da instituição da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), em 2009, e serviu de referência em âmbito nacional.

“As ações foram iniciadas com um grupo de trabalho. À época, nos foi solicitado um diagnóstico para justificar de fato a implantação de uma Política de Saúde da População Negra, em um período no qual já havia uma discussão sobre a necessidade e importância desse campo, mas ainda não havia uma diretriz nacional”, lembrou Cândida Queiroz, uma das fundadoras do Grupo de Trabalho. “A discussão de saúde da população negra começou dessa forma e, por muito tempo, essa foi a referência para outras ações em âmbito nacional. Tanto que, em 2015, eu fui convidada a coordenar a Política Nacional de Doença Falciforme”, completou Cândida

Nas últimas duas décadas, Salvador tem avançado na promoção da equidade racial em saúde, com ações como a descentralização da linha de cuidado da Doença Falciforme (DF), a criação dos Pontos Focais de Saúde da População Negra, a implantação do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) e o curso “Racismo e Saúde”. Essas ações fortalecem o cuidado integral às pessoas e famílias, contribuindo para a redução das desigualdades étnico-raciais nas unidades de saúde.

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