Corais no sul da BA são afetados por branqueamento causado por El Niño
Corais do litoral sul baiano são afetados pelo branqueamento e têm perdido sua cor original por conta do fenômeno climático "El Niño”, que eleva a temperatura do oceano. Na cidade de Porto Seguro, os biólogos monitoram o Parque Marinho do Recife de Fora, um dos mais importantes do país, para compreender melhor a situação.
De acordo com os especialistas, o branqueamento ocorre porque dentro dos corais vivem microalgas, que são fonte de alimento para os animais. Com o aquecimento da água, o ambiente que sofreu alteração se torna estressante e as migroalgas, que dão cor ao coral, acabam saindo de dentro dele.
Os pesquisadores baianos receberam o alerta sobre o branqueamento do Nooa, órgão do governo americano que monitora a temperatura do oceano. Eles preveem um aumento de meio grau acima da média histórica no mar do sul da Bahia, até junho.
Pesquisadores do projeto Coral Vivo monitora o Parque Marinho do Recife de Fora em três pontos. A cada 15 minutos, um sensor registra a temperatura da água e a incidência de luz solar.
Segundo os pesquisadores, as duas espécies que são focos do estudo são importantes para a formação do recife. “Justamente porque são mais galhadas. Elas são verdadeiras engenheiras do ecossistema recifal”, explica a bióloga Débora Pires.
A quantidade de colônias que sofre com o branqueamento preocupa os pesquisadores. O coordenador executivo de pesquisas do Coral Vivo, Emiliano Calderon, diz que já encontraram colônias com 50% de branqueamento. “São eles [corais] que sustentam toda a cadeia alimentar. Se a gente tiver perda significativa de corais, por conta de branqueamento, a gente pode perder toda a diversidade”, afirma.
Da Redação|Bahia25Horas