Michel Temer reafirma que não vai renunciar ao cargo
O presidente Michel Temer reafirmou na manhã desta quinta-feira, durante café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada, que não está em seus planos renunciar por conta de delações premiadas da Lava- Jato ou por conta da crise politica. Ele afirmou, no entanto, que se a chapa Dilma-Temer for cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cabe a ele seguir a decisão da Justiça. "Se a chapa for cassada respeito a decisão do Judiciário. Claro que antes disso haverá recursos e mais recurso".
Sobre uma possível renúncia, disse apenas: "Confesso não pensar nisso".
O presidente disse que não tem "nada" contra a Operação Lava-Jato. A primeira colaboração premiada da Odebrecht a ser divulgada — são 77 ao todo — envolveu diretamente o núcleo do governo, incluindo o presidente. Temer criticou que políticos citados por delatores sejam "definitivamente condenados" antes de investigações, o que gera um clima de instabilidade, reclamou.
— Há o fato de que todos que tenham os nomes mencionados viram definitivamente condenados. O delator é alguém que falou de outrem, mas isso aí ainda vira um inquérito — afirmou Temer, que completou:
— Soltam uma delação por semana e cria um clima de instabilidade. Quem for mencionado vai se defender. O que não é possível é levar 70, 80 semanas para as delações virem à luz.
Michel Temer se defendeu dizendo que, no caso da delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o dinheiro arrecadado pelo PMDB "entrou e saiu do partido" legalmente.
E sobre a citação do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) por ter intermediado e recebido R$ 1 milhão, Temer disse que não o demitirá.
— Não tirarei o chefe da Casa Civil não. Ele continua firme o forte.