Liminar que impedia abate de cervos do Pampas Safari é derrubada por Desembargador

 

 

Foi cassada a liminar que impedia o sacrifício de cervos do Pampas Safari, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por suspeita de contaminação por tuberculose. A decisão é do desembargador Armínio José Abreu Lima da Rosa, da 21º Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, e foi fundamentada com o argumento de "preservação da saúde pública", já que, segundo o juiz, há risco de proliferação da doença.

A decisão saiu no fim da tarde de quarta-feira (4), coincidentemente Dia Mundial dos Animais. Ainda pesou na avaliação do magistrado a chancela do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria Estadual da Agricultura para o abate dos cervos.

A ação popular que suspendia o sacrifício foi ajuizada pela deputada estadual Regina Becker Fortunati (REDE). "Não medirei esforços para reverter essa decisão que não levou em conta a inexistência de laudos que comprovem a presença da doença nos cervos", escreveu ela em um comunicado.

Em agosto, 20 animais foram abatidos, em decisão que gerou polêmica e motivou uma série de protestos de ativistas da causa. Entre os animais sacrificados, estavam quatro fêmeas prenhes.

O Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar o caso. O Pampas Safari alega que o abate seria necessário, já que a doença representaria riscos para os outros animais e também para seres humanos.

No entanto, ativistas cobram a comprovação de que os cervos estavam realmente doentes. Na época, as amostras colhidas das carcaças foram encaminhadas ao Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, em Guaíba. 

A promotora de Justiça Carolina Barth está em férias e não foi localizada para falar sobre a investigação, porém, a assessoria dela informou que "os resultados obtidos até agora foram negativos para tuberculose". Exames realizados entre outubro de 2016 e janeiro deste ano, validados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apontaram resultado negativo para tuberculina.

Fundado há 30 anos, o Pampas Safari fica no km 11 da ERS-020, entre Gravataí e Cachoeirinha. O local tem uma área de 300 hectares, mas está fechado para visitações desde novembro do ano passado e em processo de encerramento definitivo.

 

Sobre o abate

O abate de animais do Pampas Safari com suspeita de tuberculose se tornou uma das maiores polêmicas entre os ativistas neste ano. Um grupo organiza para sábado (7) à tarde a Marcha da Defesa Animal 2017, em frente ao local.

O impasse é antigo. Em abril, os donos do parque pediram autorização para abater os cervos e para que a carne dos animais que não tivessem a doença fosse vendida para consumo humano. O exame para comprovar a tuberculose só seria feito após a morte dos animais.

Na ocasião, o Ibama não autorizou, e pediu para o Safari fazer os exames com os animais vivos para que os saudáveis fossem retirados do rebanho contaminado.

Os donos do parque disseram que não tinham dinheiro para fazer os exames e o tratamento dos cervos. Logo, pediram o abate emergencial de todos os animais.

Mas essa não é a primeira vez que casos de tuberculose aparecem no parque. Em 2007, búfalos foram contaminados. Em 2013, um novo surto atingiu camelos, lhamas e cervos. O IBABA interditou o local, mas ele reabriu três meses depois.

"O parque vem desde 2012 reiteradamente descumprindo os próprios planos de controle dessa doença que eles nos apresentam", explicou o médico veterinário do Ibama Paulo Wagner.

Em novembro de 2016, o Pampas Safari voltou a ser fechado, desta vez porque não cumpriu as medidas impostas pelo Ibama, como fazer exames para detectar tuberculose nos animais.

Em agosto, o Ibama disse que os animais seriam mortos de qualquer jeito, porque a lei, no Brasil, permite o abate dessa espécie de cervo para consumo humano, da mesma forma como é feito com o gado, por exemplo. O Ibama acrescentou que o abate dos animais para consumo humano era normal enquanto o Safari estava funcionando.

O Ibama ainda garantiu que a prioridade é evitar que a tuberculose se espalhe, e que depois serão apuradas as responsabilidades dos donos do parque. Eles podem responder por crime ambiental, por deixarem os animais morrerem.



 

Outras notícias

POLÍTICA

Marcelle Moraes cobra revogação do EAD para o curso de medicina veterinária: ‘Irresponsabilidade Ministério da Educação’

22 de Maio de 2025

CIDADE

Após suspensão de quatro dias, Travessia Salvador-Mar Grande é retomada

21 de Maio de 2025

POLÍTICA

Deputado Samuel Júnior é agraciado com a mais alta honraria de Goiás

20 de Maio de 2025

SAÚDE

Maternidade de Salvador apresenta estoque crítico no Banco de Leite Humano

16 de Maio de 2025

POLÍTICA

Iniciativa da gestão de Leo Prates na SMS de Salvador conquista reconhecimento internacional por inovação na saúde públi

16 de Maio de 2025

Ver mais

Do amor à indecisão 09 de Março de 2018

TSE mantém multa contra campanha de Bolsonaro por fake news 21 de Junho de 2023

Advogado de Lula pede que juiz reconsidere acesso a sistema da Odebrecht 05 de Setembro de 2019

Especialista defende secretário de Cultura de Salvador e questiona fãs de Claudia Leitte sobre postura racista 18 de Dezembro de 2024

Consultora racial aponta hipocrisia em esposa de Paquetá sobre caso em Salvador: “dorme com um investigado” 24 de Novembro de 2024