Marcell Moraes pede apoio de órgão competentes para evitar extinção de rios em Correntina
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Exploração desenfreada do agronegócio ameaça extinção de rios no extremo oeste baiano
Após a invasão de cerca de mil manifestantes a uma fazenda no município de Correntina, cidade de oeste baiano, na última semana, o deputado estadual e ambientalista Marcell Moraes (PV) cobrou dos órgãos públicos de controle ações efetivas emergenciais para resolução da situação da crise hídrica na região.
Apesar de declarar ser contrário ao modo que os manifestantes agiram no episódio da Fazenda Igarashi, quando maquinários e equipamentos do local foram danificados, o parlamentar foi enfático em afirmar que a liberação excessiva de outorgas por parte do Governo do Estado da Bahia para construção de poços artesianos de alta vazão para grandes produções do agronegócio no extremo oeste baiano, tem acelerado o processo de assoreamento dos rios e mananciais da cidade de Correntina, além do aquífero Urucuia, ameaçado a extinção do ecossistema fluvial na região.
“Não sou a favor da violência, mas o povo já está cansado. Infelizmente os rios que banham Correntina vem secando sistematicamente devido a irresponsabilidade dos órgãos responsáveis na liberação de outorgas para poços de alta vazão. Não podemos deixar que o meio ambiente e a população seja prejudicada em detrimento do favorecimento de meia dúzia de aproveitadores. Precisamos chamar a atenção para importância da preservação desses rios que são o orgulho daquela região e não podem de maneira nenhuma continuarem a ser tratados como estão hoje”, declarou o deputado.
Em 2015, cerca de 7 mil pessoas realizaram uma caminhada para pedir a preservação dos rios da região. Na oportunidade, um manifesto em forma de decreto foi encaminhado aos órgãos estaduais com os ideais preservacionistas do bioma na localidade.
A falta de critério para concessão das outorgas e a retirada desenfreada de água para irrigação no lençol freático profundo que banha a região tem gerado a seca dos rios Correntina, Arrojado, Santos Antônio, Guará e do Meio, importantes dispositivos para o turismo e preservação do bioma de uma das maiores regiões com mata nativa do cerrado brasileiro.