Técnicos colhem amostras de areia na região do santuário de Abrolhos
Equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fizeram novas coletas de amostras na região do arquipélago de Abrolhos, em Caravelas, no sul da Bahia. As coletas foram realizadas na segunda-feira (11) e, desta vez, eles retiraram areia. Pesquisadores investigam se sedimentos da lama da barragem da Samarco, que se rompeu há dois meses em Minas Gerais, chegaram ao mar da Bahia. Manchas que não são comuns na região foram vistas no mar e são monitoradas.
A Marinha também coletou materiais na região e a análise deve ficar pronta em um mês. No domingo (10), os técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um oceonógrafo e um fotógrafo da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, sobrevoaram a região.
Eles descobriram que as manchas localizadas no mar se aproximaram muito do arquipélago. Uma delas estava a pouco mais de 1,5 km de distância das ilhas. No entanto, o secretário de Turismo de Caravelas, Fábio Negrão, disse que ainda não dá pra dizer se elas são da lama do desastre de Mariana. "A gente tem que fazer mais sobrevoos, acompanhar o deslocamento da pluma e principalmente estar coletando o material para mandar aos laboratórios e, quem sabe, conseguir essa assinatura geoquimíca do material", disse.
O coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas, do ICMBio, João Carlos Tomé, defendeu que há “grande possibilidade” das manchas observadas na região de Abrolhos conter sedimentos da lama da barragem da Samarco. Ele acompanha o avanço da pluma de sedimentos da lama desde que chegou ao Rio Doce, cuja foz é no Espírito Santo. O governo da Bahia não acredita que a lama seja proveniente do desastre em Mariana, posição que é seguida pela prefeitura de Porto
A Marinha por meio do Comando do 2º Distrito Naval também informou que investiga o caso através de coletas de amostras da água no local. O material recolhido foi encaminhado para exame nos laboratórios do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), e o relatório com o resultado da análise deve ser conhecido em 30 dias.
O rompimento da barragem aconteceu no dia 5 de novembro de 2015 e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais. Os rejeitos da mineradora contaminaram o Rio Doce e chegaram até a foz, no município de Linhares (ES).
Fonte: G1|Bahia