PF cumpre mandados da Lava Jato em Salvador e Mata de São João
A Polícia Federal cumpre, na Bahia, na manhã desta terça-feira (22), mandados de busca e apreensão, em Salvador e Mata de São João (Praia do Forte), na região metropolitana da capital. Ao total no país, a PF cumpre 110 mandados da 26ª fase da Lava Jato e mira a Odebrecht. Os trabalhos são um desdobramento da 23ª fase, a Operação Acarajé.
De acordo com a PF, em Salvador, também foi cumprido um mandado de condução coercitiva, um de prisão preventiva, e um alvo de mandado de prisão temporária não foi localizado. Os alvos das ordens judiciais não tiveram as identidades divulgadas.
De acordo com a PF, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão (sete em Salvador e um em Mata de São João), que são cumpridos, na manhã desta segunda-feira, na Odebrecht e em empresas ligadas a ela. Entre os locais visitados por agentes da PF estão: Aeroporto de Salvador, Praia do Forte (localidade de Mata de São João), além de shoppings Bela Vista e Itaigara.
O G1 teve acesso ao mandado de busca e apreensão que foi cumprido contra a JN Maxi Corretora de Câmbio Ltda na manhã desta terça-feira, dentro do Shopping Bela Vista. A empresa alvo dos policiais federais funciona dentro da Gradual Turismo, e realiza operações de câmbio. Segundo uma testemunha, a PF esteve no local e fez buscas no sistema da empresa, mas não levou documentos. A empresa JN Maxi também tem sede no Shopping Itaigara, onde equipes da PF atuaram na manhã desta terça. O G1 não conseguiu localizar responsáveis pela empresa para comentar a operação.
Ainda conforme a PF, após o mandado de condução coercitiva ter sido cumprido em Salvador, a pessoa, de identidade não revelada, foi ouvida na sede da PF e já liberada. Ainda de acordo com a Polícia Federal, havia dois endereços para localizar o alvo deste mandado, e um deles era a empresa Odebrecht.
Ainda segundo a PF, um mandado de prisão preventiva foi cumprido em Salvador, mas o bairro e a identidade não foram divulgados. A pessoa foi encaminhada para a sede da Polícia Federal em Curitiba.
O alvo de um mandado de prisão temporária não foi localizado na manhã desta segunda-feira, diz a PF na Bahia.
As ações fazem parte da 26ª fase da Operação Lava Jato, intitulada "Xepa". Além da Bahia, a operação também acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.
Os trabalhos são um desdobramento da 23ª fase, a Operação Acarajé, para apurar um esquema de contabilidade paralela na construtora Odebrecht, destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público.
A ação foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.
As investigações apontam possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro oriundos da Petrobras que teriam sido cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao grupo.
O material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos da Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação empresarial.
Números da operação
Do total de 110 mandados no país, 67 mandados são de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.
Ainda de acordo com a PF, há indícios concretos de que o grupo se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de recursos ilegais.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Da Redação|Bahia25Horas