CMS: “61 homens convocados através de REDA para trocar fraldas”
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A tarde desta segunda-feira (26) na Câmara Municipal de Salvador (CMS) foi de longe a mais tranquila. Os trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana do Município Salvador (SINTRAL) continuam protestando pelas três mil demissões assinadas pela Prefeitura de Salvador.
Desta vez, o presidente do sindicato, Eduardo Fiuza, alegou que 61 homens foram convocados através do Regime Especial de Direito Administrativo (REDA) para serem auxiliares de assistência infantil e fazerem serviços como trocar fraldas de crianças nas unidades do munícipio.
“Imaginem senhores, suas filhas tendo homens na escola para trocá-las. A atitude incentiva a pedofilia” afirmou o presidente. A declaração foi ovacionada por outros integrantes do sindicato que estavam na sessão. Fiuza ainda questionou sobre a promessa do prefeito ACM Neto de gerar mais empregos. “Não basta demitir sem dar satisfações, se for observado no edital o salário é pouco, não tem auxílio doença e quase nada para a locomoção do trabalhador” concluiu, o sindicalista. Na ocasião, foi pedido apoio da casa de forma humanitária para as famílias que vão ficar sem renda com os desligamentos.
Caso as ameaças de demissões continuem, os trabalhadores prometem atrapalhar o cronograma de ano letivo. Na manhã da terça-feira (27), a Secretaria Municipal de Educação (SMED) vai se reunir com a comissão da SINTRAL para dialogar sobre a situação.
“Homens podem trocar fralda sim” – Após o pronunciamento da SINTRAL, a vereadora Lorena Brandão (PSD), afirmou que não vê problemas em homens trocando fraldas. A parlamentar citou sobre a ação igualitária promovida na igreja dela, mas logo foi interrompida pelos manifestantes e se retirou.
“O compromisso era demissão zero do prefeito ACM Neto” – Hilton Coelho (PSOL), oposição da casa, declarou que os terceirizados já estavam sobrecarregados. “Como o prefeito faz um concurso de REDA para substituir um quadro já deficitário e por pessoas inexperientes?” questionou. Ovacionado pelos sindicalistas, o vereador ainda propôs que se ‘rasgasse os avisos prévios’.
“O governo do estado promoveu a crise na educação” – Já Kiki Bispo (PTB) tentou contextualizar a situação das demissões dos terceirizados com denúncia da Polícia Federal (PF) feita mais cedo contra o ex-governador Jaques Wagner. Sem sucesso e interrompido diversas vezes por manifestantes e vereadores de oposição, Kiki insistiu no discurso ‘que a corrupção instaurada no governo do estado atinge diretamente a capital’ na ocasião, a educação municipal.