Hospital Municipal está com mais de 85% das obras concluídas
A distância para o centro da cidade, gastos com transporte e desgaste físico, pouca oferta de serviços nas unidades existentes no bairro e a necessidade constante de buscar atendimento médico em outras regiões de Salvador. Estes são os fatores que fazem com que os moradores da localidade de Boca da Mata e de Cajazeiras se animem com a iminente aproximação da inauguração do Hospital Municipal no bairro. A unidade será a primeira com grande capacidade de assistência na capital baiana, sob a coordenação da Prefeitura.
Restando menos de 15% para conclusão das obras e com inauguração agendada para março de 2018, o hospital vai beneficiar cerca de 19 mil pessoas por mês, ofertando procedimentos como consultas, exames, cirurgias e internamento. Além disso, sua composição contempla equipamentos modernos, gestão e infraestruturas de qualidade, ocupando uma área de 18 mil metros quadrados, localizada no final de linha de Boca da Mata, onde anteriormente ficava o Sítio União. O investimento em obra, projeto e equipamentos é de aproximadamente R$ 120 milhões, oriundos de recursos próprios da Prefeitura.
A unidade funcionará 24 horas por dia e terá estrutura capaz de atender urgências, integrando-se, assim, às Unidades de Pronto Atendimento Municipais (UPAs) e servindo de retaguarda para os casos mais complexos. O centro médico deve evitar que grande parte da população do bairro e de comunidades vizinhas precisem realizar deslocamentos longos e demorados em busca de assistência, como explica a costureira Beatriz de Oliveira Santos, de 70 anos. "Os moradores precisam, e mesmo quem tem plano de saúde sente que será um bom empreendimento para quem vive aqui", relata.
Ansioso pela implantação do centro médico, o carpinteiro Moisés Ramos, de 43 anos, acredita que a nova unidade será um marco para a região. "No início, pensei que seria uma oportunidade de emprego, já que condiz com minha área na construção civil. Mas também sei que é um desejo antigo da comunidade, que terá atendimento mais rápido. E, indo além da saúde, o comércio da região será beneficiado com a chegada deste hospital e as moradias serão valorizadas", afirma. De acordo com Moisés, além das Unidades de Saúde da Família, os moradores do bairro contam somente com o Hospital Eládio Lasserre, mas que ainda é pouco para a grande demanda da localidade. "Acabamos procurando outros bairros para receber um atendimento mais específico", completa.
Atendimento - A unidade atenderá casos de urgência e emergência, mas também contará com um ambulatório para dar suporte continuado ao atendimento prestado na rede emergencial. Ao todo, serão 210 leitos – 30 de UTI (adulto e pediátrico), 150 de clínica médica cirúrgica e 30 de clínica pediátrica. Para a técnica de laboratório Neide Santana, de 50 anos, o hospital vai garantir mais comodidade aos habitantes do bairro, além de proporcionar uma assistência especializada perto de casa.
"Moramos em um bairro distante, onde uma ação como esta traz uma melhora considerável à qualidade de vida da população. Será de grande valia para facilitar nossa vida. Geralmente, quando precisamos de um atendimento de urgência vamos ao posto de saúde mais próximo, somos acompanhados por médicos do local, mas ainda temos dificuldade em marcar exames e consultas em outros locais. O hospital trará uma nova realidade", acredita Neide, que vive há 25 anos em Boca da Mata.
A emergência terá ênfase em traumatologia, ortopedia e urgências clínicas. Para isso, haverá 26 leitos de observação para adultos, sete leitos de observação pediátrica e 22 poltronas para aplicação de medicamentos. A área também contará com salas de curativo, aplicação de gesso e estabilização; quatro boxes de reanimação de vida e oito leitos similares ao de terapia intensiva. O hospital receberá pacientes regulados e imediatos, seguindo o Protocolo de Manchester, que utiliza a classificação de risco por cor para o acolhimento. O ambulatório de egressos da unidade hospitalar terá consultórios de cardiologia, cirurgia geral, neurologia, cirurgia pediátrica, pediatria, generalista e ortopedia e traumatologia.
FOTO:Jeferson Peixoto
Além disso, haverá serviço social, pré-consulta de enfermagem, centro de apoio diagnóstico, agência de transfusão sanguínea, laboratórios de análises clínicas e serviços de Bio-Imagem, como ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia com Doppler, eletroencefalograma, ecocardiograma, eletroneuromiografia e radiologia digital. A concepção arquitetônica do equipamento foi planejada por acomodações de hotelaria em espaços de dois leitos, que podem ser adequados à necessidade da unidade. O hospital também contará com um heliporto no pavimento da cobertura e com uma base do Serviço de Atendimento Móvel (Samu).
A programação assistencial será complementada pelo Hospital Dia, bloco auxiliar que terá duas salas de Cirurgia Ambulatorial, 12 leitos de internação, um Centro de Vídeo-Endoscopias (com três salas de exames e oito poltronas de repouso) e uma Unidade de Atenção Domiciliar. Serão associados ao Hospital Dia um Ambulatório Cirúrgico com dois consultórios de triagem, e mais um consultório de enfermagem e um de anestesiologia, cujo objetivo é fazer o pré e pós-atendimento de pacientes cirúrgicos.
Apenas na unidade de emergência, a estimativa é que sejam atendidos 1,2 mil pacientes por mês. No ambulatorial de egressos e no Hospital Dia devem ser realizadas 63 mil consultas ao mês. Outros 750 procedimentos mensais devem ser realizados no Centro de Endoscopia; 2,4 mil exames mensais no serviço de apoio diagnóstico e terapêutico; 10 mil procedimentos de apoio-diagnóstico e média complexidade. Estima-se ainda a realização de cerca de 500 cirurgias mensais no bloco operatório, além de 1,1 mil internações mensais – levando em conta os 210 leitos hospitalares previstos para os dois primeiros anos de funcionamento do hospital.