Vigilância Sanitária qualifica baianas e baianos de acarajé e similares de Salvador
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu, na segunda-feira (31), o curso de Boas Práticas para Manipulação de Alimentos para Baianas e Baianos de Acarajé e Mingau da capital baiana. A qualificação foi realizada pela Diretoria de Vigilância da Saúde (DVIS) e pela Coordenação da Vigilância Sanitária (Visa) no auditório da Secretária Municipal de Saúde (SMS), localizado na Rua da Grécia, Edifício Caramuru, no Comércio.
A edição foi voltada para membros da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam). As aulas foram ministradas pela nutricionista e gerente de Vigilância e Segurança dos Alimentos, Gilmara Macedo, e pela chefe do setor de Vigilância, Monitoramento e Educação em Alimentos da Visa, Emanuela Brito.
Durante o treinamento, as nutricionistas responsáveis pela aula falaram um pouco sobre a legislação que regulamenta desde o funcionamento do comércio exercido pelas baianas e baianos de acarajé e de mingau a outros aspectos que envolvem esses profissionais, a exemplo do comércio na faixa de areia da orla marítima, licenciamento de eventos e cadastramento para festas populares e carnaval.
A aula também apresentou informações sobre as boas práticas para um preparo seguro dos alimentos, como comprar os ingredientes, como armazená-los, como preparar, como transportar esses alimentos em via pública e a forma mais segura de comercialização.
“O intuito desse treinamento é qualificar esse segmento e ele é muito importante, pois promove uma troca de informação. O ofício da baiana de acarajé é patrimônio imaterial, então se faz presente em nossa cidade, em todos os locais. Trata-se de um alimento típico da culinária baiana. Então, esses encontros são importantes para a troca de informações e elucidação de dúvidas, além da promoção da segurança para a qualidade do alimento que é comercializado”, explicou Gilmara Macedo.
Atuando como baiano de acarajé na Pituba há nove anos, Rubens Pereira, mais conhecido como Ray Ilê, de 54 anos, disse que faz questão de participar de cursos como esse devido aos riscos de um alimento mal manipulado. “Eu tenho dois amigos que tiveram problemas de saúde. Eu adoro e participo de todos os cursos disponíveis para nós, principalmente da Vigilância Sanitária, que são muito úteis, e eu quero estar sempre dentro da lei. Eu amo vender acarajé e faço questão de andar paramentado”, afirmou.
A baiana de acarajé Maria Crispina Souza, 62 anos e há duas décadas na profissão, ressaltou a importância do aprendizado. “Essa qualificação acrescenta muitíssimo, devido à atividade. É um curso que vai nos ajudar a ter melhor desempenho e, ao mesmo tempo, a oferecer um alimento seguro a nossa clientela, ou seja, à população. Além disso, é um reconhecimento de que estamos qualificadas para exercer o nosso trabalho, pois nós recebemos certificado”, opinou.
Certificado – Os participantes recebem certificado da Visa, uma exigência da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) para o cadastramento das atividades informais da área de alimentos. O curso foi ministrado hoje para 50 pessoas e novas turmas serão contempladas ainda este mês e em setembro. Os próximos treinamentos serão realizados nesta quarta-feira (2) e no próximo dia 16.
Segundo a diretora administrativa da Abam, Angelimar Trindade, cerca de 4,5 mil baianas de acarajé estão cadastradas na associação. “Eu acho que as pessoas devem sempre estar em busca de conhecimento voltado ao trabalho que elas desenvolvem. A Associação faz esse trabalho de buscar parcerias para que as baianas se empoderem, não só na parte de alimentação e segurança, que é muito importante, como na aparência e no atendimento ao cliente”, ressaltou.
Reportagem: Priscila Machado/Secom PMS