Árbitro acusado de agredir adolescente dá outra versão do caso: "Ele veio para cima de mim"
O árbitro Leonardo Ferreira, que foi acusado de agredir um adolescente durante uma competição ocorrida na Arena Parque Santiago, na quarta-feira (13), negou ter cometido a lesão corporal contra o jovem.
Em entrevista à TV Bahia, Ferreira contou que a confusão aconteceu após o término do jogo. O adolescente, que é atleta do sub-14 do Jacuipense, teria partido para cima do profissional após perder o jogo por 2 a 0, contra o Bahia.
"Não aconteceu nada de agressão. Após o término do jogo, o Bahia vencendo a partida por 2 a 0, os atletas do Jacuipense, já conformados com a derrota, saíram de campo. Teve um atleta que veio em minha direção me chamando de ladrão, [dizendo] que eu tinha roubado a favor do Bahia", iniciou.
"Ele veio para cima de mim, eu coloquei a mão para que ele não ultrapassasse a barreira de proteção e ele deu dois tapas na minha mão (...) Foi quando vieram os pais, comissão técnica do Jacuipense em minha direção, tentando agredir eu e meus companheiros que trabalhavam comigo lá. A equipe técnica do Bahia fez uma barreira de contenção, mas foi empurrada, não conseguiu conter os meninos", explicou o árbitro.
Ainda de acordo com o profissional, ele chegou a ser chutado por um dos pais dos atletas, que assistia a partida na arquibancada. Segundo o árbitro, ele foi salvo por um policial.
"Se não fosse o policial que deflagrou o tiro para cima, nós seríamos linchados, até o policial foi agredido, empurraram o policial, quando levantou, puxou a arma, deu tiro para cima e aí o pessoal evacuou", contou.
Ainda se defendendo das acusações, Ferreira declarou que a confusão não passou de um descontentamento por parte do jovem, pela derrota na partida. "Ele disse que eu dei um tapa na cara dele, mas sou educador, pai de cinco filhos, tenho 12 netos e jamais vou fazer isso com um adolescente. Eu estou aqui para educar, instruir o adolescente, não para agredir".
"Eles estão inconformados com o resultado. O jogo já estava na mão deles (...) nos acréscimos, com 12 minutos, eles tomaram dois gols. Para qualquer jovem, um adolescente numa competição, uma derrota dessa para eles não é nada bom", continuou.
O árbitro também aproveitou para denunciar a falta de segurança da Arena Parque Santiago. "O mau comportamento não é dos atletas, é dos pais que não se comportam e levam o calor deles de fora para dentro de campo e acontece o que acontece. Poderia ter uma segurança melhor na Arena Parque Santiago, que poderia ter evitado isso", desabafou.
O Bahia 25 Horas entrou em contato com a Arena Parque Santiago para um posicionamento sobre o assunto. Leia a nota na íntegra:
"Em relação às últimas notícias veiculadas na mídia sobre o ocorrido dentro da Arena Parque Santiago, durante o evento denominado Copa Primavera, no dia 13/12/23, esclarecemos que, no desenvolvimento de nossas atividades, o espaço foi cedido para a realização da referida competição esportiva.
Após o incidente, o qual a APS repudia, foram adotadas as medidas necessárias e a polícia militar foi contatada de imediato, se fazendo presente em poucos instantes no local, solucionando a questão e garantindo a segurança de todos, sem maiores intercorrências.
Ratificamos o nosso compromisso com o esporte enquanto ferramenta educativa, que é veículo de interações sociais, amizades e bem-estar dos envolvidos".