Morto no Corredor da Vitória já foi denunciado por homicídio e estava em liberdade há cinco meses
O jovem Willys Santos da Conceição, de 27 anos, morto após ser espancado no Corredor da Vitória, havia saído da cadeia há pouco mais de cinco meses. A informação é do site Correio.
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Segundo a família de Willys, ele atuava como guardador de carros na Barra, o que teria começado pouco tempo após deixar o Complexo Penitenciário Lemos Brito, em Mata Escura, Salvador, no dia 2 de outubro de 2023. Ele estava preso por um assalto coletivo cometido em agosto de 2020.
O rapaz teve a prisão prorrogada em outubro de 2021, sendo solto quase dois anos depois por ausência de laudo pericial no telefone que comprovaria o crime.
Ainda segundo o site, nos autos do processo é possível verificar que enquanto cumpria pena por roubo, Willys ainda foi flagrado por policiais em posse de drogas. Ele teria escondido os entorpecentes em seu travesseiro, na cela que ocupava. Com ele, foram encontrados porções de maconha e cocaína.
Com a ausência dos laudos periciais, Willys foi liberado ainda como denunciado, mas não culpado.
Conforme o sistema do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ), Willys foi condenado por duas ações penais e era julgado por outras duas. Inicialmente, ele foi denunciado pelo crime de furto qualificado registrado em janeiro de 2020. Ele foi acusado de furtar um supermercado na Barra e chegou a ser preso, mas respondeu o processo em liberdade.
Em agosto de 2023, já preso, ele confessou o crime, mas foi apenas condenado a arcar com os custos do processo.
Ainda em 2020, três meses após o furto, Willys foi denunciado por homicídio qualificado e teve mandado de prisão aberto, mas não foi encontrado pela polícia no período.
Na última movimentação do processo relacionado ao crime, a juíza responsável marcou o julgamento do homem para 10 de julho de 2024, devido a audência de apresentação de defesa do réu. Antes disso, em decisão preliminar e provisória, a juíza atestou a autoria para Willys e materialidade das provas para o caso.
Willys também foi preso em agosto de 2020 por assalto a coletivo. A denúncia alegava que o homem, junto a um comparsa, deu "dois socos em um passageiro idoso". Ele ainda foi acusado de roubar os celulares mediante "grave ameaça exercida através de simulação de arma de fogo".
Willys foi preso em flagrante na época e, posteriormente, confessou o crime. Na prisão, foi enquadrado pelo crime de tráfico de drogas, contabilizando a quarta ação penal contra ele.
O crime contra Willys
O espancamento que resultou na morte de Willys aconteceu no Corredor da Vitória e envolveu quatro suspeitos. O quarteto afirmou que a vítima havia tentado assaltá-los, versão que foi posta em dúvida graças a depoimentos de testemunhas do caso.
Três dos suspeitos, Marcelo da Cunha Rodrigues Machado, Lincoln Sena Pinheiro e Laércio Souza dos Santos, alegaram legítima defesa. A família de Willys, contudo, diz não acreditar que ele tenha tentado assaltar os suspeitos e pede para que as imagens do começo da confusão sejam resgatadas por meio das câmeras de segurança que existem pelo Corredor da Vitória.
Outra alegação dos suspeitos que foi posta em dúvida na audiência foi a informação de que a polícia teria atendido um chamado dos três. No texto, no entanto, os PMs afirmam terem recebido a informação de terceiros.