Selo da Diversidade LGBT+ 2023 certifica 51 instituições de Salvador
Representantes de 51 instituições públicas e privadas localizadas em Salvador receberam o Selo da Diversidade LGBT+ 2023, iniciativa da Prefeitura de Salvador por meio da Secretaria Municipal da Reparação (Semur). A cerimônia ocorreu, nesta segunda-feira (4), no Hotel Mercure, no Rio Vermelho, e contou com a participação da titular da Semur, Ivete Sacramento, do coordenador municipal de Política LGBT+, Marcelo Cerqueira e da jornalista, youtuber, cantora e coordenadora Municipal da Diversidade da cidade de São Paulo, Léo Áquilla.
Do total, 41 instituições foram agraciadas na categoria “Compromisso”, voltada para organizações públicas, privadas e da sociedade civil da cidade de Salvador. Outras dez foram reconhecidas no segmento “Reconhecimento”, que foca essencialmente em micro e pequenas empresas com gestão exclusiva de pessoas LGBT+, com no mínimo cinco funcionários, na sua maioria trans - além de entidades sem fins lucrativos, que lutem pela valorização desse público.
Representando a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a coordenadora de Ações Afirmativas, Educação e Diversidade da instituição, Juliana Marta Oliveira, assinalou a importância de uma instituição de educação pública ser reconhecida com o Selo da Diversidade LGBT+ 2023. “Para gente é vital porque formamos pessoas. Através desse reconhecimento fica evidente o quanto é fundamental termos transgêneros e travestis no ingresso universitário. A universidade tenta, em todo momento, incluir essa população que a gente sabe de todos os desafios enfrentados para concluir a educação básica e chegar à universidade. Para nós é uma felicidade estar aqui recebendo o Selo e servindo de exemplo para outras instituições”, afirmou.
A Rede Bahia foi uma das empresas privadas beneficiadas na categoria “Compromisso”. A placa alusiva foi entregue ao jornalista e escritor Ricardo Ishmael, e ao comunicador, coordenador do Portal G1 e membro do Comitê de Diversidade e Inclusão, Éder Luís Santana. “O selo nos estimula a seguirmos firmes e fortes com a responsabilidade de promover a diversidade. Além da inclusão nas telas, desenvolvemos ações internas de conscientização, combate ao preconceito e valorização de questões identitárias. A Rede Bahia visa um ambiente de respeito e de inclusão para todas as entidades possíveis, por isso, o selo se faz tão importante nessa luta que é cotidiana do nosso grupo”, frisou Santana.
Durante a palestra sobre o tema “Promover a inclusão LGBT+ nas empresas”, Léo Áquilla fez questão de salientar o avanço na luta sobre as questões LGBT+.
“Estamos aqui em Salvador falando de empregabilidade, inclusão, acolhimento, oportunidades e igualdade. Temos avançado aos poucos, mas já tivemos muitas conquistas. Trago algumas vivências importantes realizadas em São Paulo, que tem sido referência na implantação de muitas políticas que podem ser estendidas e ampliadas para todo país”, explicou. Um dos exemplos é o programa paulistano Transcidadania, que tem como objetivo promover, através da educação, a reintegração social e o resgate da cidadania para travestis, mulheres transexuais e homens trans em situação de vulnerabilidade.
O coordenador municipal de Política LGBT+, Marcelo Cerqueira, chamou atenção para o principal objetivo do selo, que é o reconhecimento público as ações de combate à LGBTfobia no ambiente das instituições públicas e privadas. “Temos trabalhado muito na adoção de políticas públicas que visem a igualdade das pessoas no mercado de trabalho. O Selo é apenas uma delas, é uma forma de incentivar as empresas sobre a igualdade de oportunidades sem preconceito. Nossa gestão tem um olhar diferenciado nas pautas identitárias, embora saibamos que ainda há muito a fazer”, disse.
Comitê de certificação – Após a certificação, as organizações assumem a responsabilidade de combater práticas LGBTfóbicas no ambiente de trabalho, apresentando propostas que são analisadas por um comitê gestor, formado por entes da sociedade civil e representantes dos órgãos públicos. A certificação é concedida pela Prefeitura a partir da análise de um comitê gestor formado por representantes da sociedade, a exemplo da Semur, da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec); do Instituto A Mulherada; Universidade Salvador (Unifacs); Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM); Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Grupo Gay da Bahia (GGB), dentre outras instituições.