Arquivamento da denúncia contra Temer vira vexame no cenário internacional
Jornais e sites ao redor do mundo destacaram a votação que impediu que o presidente Michel Temer fosse investigado pelo crime de corrupção passiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O britânico “The Guardian” destacou que o “presidente manteve o emprego” após a votação do Congresso.
“A credibilidade do congresso do Brasil foi deixada em trapos depois que a Câmara dos Deputados não aprovou a investigação por corrupção contra o presidente Michel Temer — mesmo que 81% dos cidadãos tenham dito em uma recente pesquisa que eles deveriam deixar investigar”, escreveu o jornal.
Já o “The New York Times” ressaltou que apesar de ter “salvado” seu mandato, “há mais problemas legais à frente e isso afetará claramente seu governo de coalizão”. “Então, Temer tem pouco tempo para comemorar”, ressalta.
O jornal lembrou os recentes gastos do governo com emendas de parlamentares, que atingiu cerca de R$ 2 bilhões de acordo com a ONG Contas Abertas. “Esta é uma quantia excepcionalmente alta, especialmente em um período de austeridade em que hospitais, universidades e departamentos de segurança tiveram seus orçamentos cortados”, ressalta.
O “Washington Post” publicou matéria com o título “Presidente Temer sobrevive à votação para suspendê-lo sob acusações de corrupção”, destacando que o processo aconteceu 15 meses após o impeachment de sua antecessora.
O espanhol “El Pais” destacou que o Congresso “salvou Temer e impediu que ele seja investigado”.
“Os mesmos deputados que deram luz verde para a saída de Dilma Rousseff do poder, mantém seu sucessor durante ao menos seis meses”, escreve o periódico. O jornal ainda destaca que a a “aliança de centro-direita que em abril de 2016 acabou com 13 anos de governo do esquerdista Partido dos Trabalhadores conseguiu o apoio necessário para impedir que o presidente seja processado”.
O também espanhol “El Mundo” diz que “Deputados salvam Temer de sentar-se no banco” e explica que o presidente brasileiro foi denunciado perante o Supremo por corrupção passiva, mas que a Câmara arquivou a denúncia, acrescentando que ele consegue se manter no cargo, mas que “a crise política continua”.
O “Le Monde” destacou a “indiferença quase geral” da população e diz que Temer “escapou” do julgamento no STF. Os franceses ainda lembraram que o presidente “prometeu favores” para se manter no cargo.