Homens são presos quando tentavam sacar R$ 28,8 bilhões em títulos na Pituba
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Com prisões preventivas já decretadas por estelionato, os empresários paulistas Antônio Rodrigues Filho, 65 anos, e Antônio Rodrigues Neto, 40, pai e filho, foram apresentados, na manhã desta quarta-feira (29), à imprensa pela delegada Maria Selma Lima, titular da 16ª Delegacia Territorial (Pituba). Eles são suspeitos de tentar aplicar um golpe de R$ 28,8 bilhões em Títulos do Tesouro Nacional (TTNs).
Um gerente do Banco do Brasil, da agência da Avenida Manoel Dias, na Pituba, que os atendeu na terça-feira (28), foi quem desconfiou do golpe e acionou a polícia. Pai e filho estavam acompanhados de um grupo de empresários de São Paulo e da Bahia, que teriam interesse no negócio.
Uma equipe do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) foi à agência e conduziu todos até a DT/Pituba, que ficou responsável pelo caso. Em depoimento à delegada Maria Selma, o gerente do BB disse que Antônio Filho e Antônio Neto foram à agência para abrir uma conta corrente, a fim de receber um depósito de R$ 28,8 bilhões do Banco Central referentes aos TTNs que tinham em mãos. Como os documentos de propriedade dos títulos apresentados eram incompatíveis em relação aos valores e aos modelos normalmente usados nessas transações, decidiu denunciá-los.
Proprietários da 'New Ápice Empreendimentos e Participações Ltda', com sede em Alphavile, em Barueri, São Paulo, Antônio Filho e Antônio Neto disseram à delegada que tudo não passava de um “mal entendido”, argumentando que os TTNs eram legítimos e que tudo seria esclarecido. Após pesquisas, a polícia descobriu que a 'New Ápice' atua no ramo de desenvolvimento e licenciamento de programas de computadores não customizáveis e não em corretagem de valores, como davam a entender.
A delegada Maria Selma está buscando saber o porquê dos dois empresários terem escolhido a Bahia para abrir uma conta corrente para depósito de quantia tão grande. Ela obteve informações de que Antônio Filho e Antônio Neto já estiveram em outros estados e em outros bancos com o mesmo objetivo: abrir uma conta, para sacar os R$ 28,8 bilhões.
“Apreendemos vários documentos e, dentre eles, folhas de contratos de outros bancos e boletos. Vamos investigar a fundo o que eles pretendiam”, disse a delegada, que já iniciou a coleta de depoimentos dos empresários que acompanhavam a dupla, para saber qual o papel deles nesta transação. “Há desconfiança de que eles também seriam vítimas do golpe”, salientou.