STF deve julgar pedido de soltura de José Dirceu nesta terça

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

O julgamento do habeas corpus do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está previsto para a sessão desta terça-feira (02) do Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, mesmo com duas decisões favoráveis aos réus dadas na última terça-feira (25), a defesa de Dirceu adotou cautela e disse que “cada caso é um caso”.

O advogado do petista, Roberto Podval, disse não acreditar que exista uma “tendência” na Corte para soltar réus da Operação Lava Jato. “O fato de terem soltado dois não significa que vão fazer o mesmo em todos os casos”, afirmou Podval. A Segunda Turma do STF, na última terça-feira (25), decidiu mandar soltar o ex-tesoureiro do PP João Carlos Genu e o pecuarista José Carlos Bumlai.

Genu e Bumlai foram liberados depois que três dos cinco ministros da Segunda Turma do STF votaram pela procedência dos habeas corpus impetrados por suas defesas. O relator dos recursos e da Operação Lava Jato no STF, Edson Fachin, votou contra a concessão dos habeas corpus nos dois casos. Podval disse que as solturas de Genu e Bumlai não representam uma “tendência” no STF e que prefere não fazer previsões sobre o julgamento do recurso de Dirceu. 

“Não tem como prever. Em direito penal, cada situação é diferente e cada recurso é avaliado de uma forma por conta das suas especificidades. Precisamos esperar o julgamento para ver”, afirmou. O advogado disse que Dirceu está ansioso pelo julgamento de seu habeas corpus. “Ele está ansioso. Eu não diria otimista, mas ansioso, com certeza”, disse Podval.

Dirceu está preso em Curitiba desde agosto de 2015. Em maio de 2016, ele foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, a 23 anos de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação de organização criminosa. Neste caso, ele foi condenado por ter recebido propina paga pela construtora Engevix relativa a contratos com a Petrobras. Em março deste ano, ele foi novamente condenado, desta vez a 11 anos de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Neste processo, Dirceu foi apontado como destinatário de dinheiro de propina paga pela empresa Apolo Tubulars para que ela fosse contratada pela Petrobras. Dirceu alega inocência nos dois casos.

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