Planalto teme delação de Loures e novo inquérito
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Integrantes do governo de Michel Temer avaliam que, apesar da negativa inicial da defesa, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures pode negociar uma delação premiada que implique o presidente, o que aceleraria o que consideram ser uma escalada da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal contra o Planalto.
Entre os assessores de Temer, há quem acredite que os desdobramentos da crise, com a prisão de Loures, podem resultar na antecipação da denúncia e até mesmo na abertura de mais um inquérito contra o presidente, além de ampliar o desgaste político do governo, que tenta se segurar sob ameaças de desembarque de aliados.
No Planalto, a avaliação de consenso é a de que a prisão de Loures, neste sábado (3) em Brasília, impactará politicamente o julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que, nesta terça (6), volta a analisar a ação que pode cassar a chapa Dilma-Temer.
A crença é de que o humor dos sete ministros da corte eleitoral pode ser influenciada pela opinião pública, diante do agravamento do quadro político após a prisão de um ex-assessor especial do presidente da República.
A defesa de Temer, porém, ainda estuda uma eventual revisão de estratégia, caso avalie que não há mais possibilidade de vencer no plenário. Até o fim desta semana, o governo contava com um placar favorável --de 4 votos a 3-- para absolver a chapa, mas agora pode tentar protelar o julgamento, com um pedido de vista.