Carnaval de Salvador deverá gerar 250 mil empregos diretos e indiretos

Motivo de festa para aproximadamente um milhão de pessoas por dia, o Carnaval de Salvador também é uma grande oportunidade para ganhar um dinheiro extra ou mesmo se inserir no mercado de trabalho, mesmo que apenas durante os dias de folia. De acordo com a estimativa da Prefeitura, a festa na capital baiana este ano deve atrair 750 mil turistas e gerar entre 210 e 250 mil empregos diretos e indiretos. A oportunidade é oferecida para pessoas de todos os níveis de escolaridade.

Em tempos de forte crise econômica no país, a medida deverá ajudar a reduzir o número de 484 mil pessoas desempregadas no último mês de dezembro na região metropolitana de Salvador, de acordo com Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). No segmento de hotelaria, por exemplo, a previsão é de que o número de contratações temporárias permaneça o mesmo de anos anteriores, com quatro mil vagas extras para o período, mesmo com a crise. A informação é da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis.

Já o setor de bares e restaurantes é mais otimista. Com contratações iniciadas desde o início do Verão, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA) estima que o número de vagas temporárias criadas pelos estabelecimentos chegue à marca de 18 mil. Na área do comércio informal, a Prefeitura deverá conceder 2,5 mil licenças para ambulantes com isopor e outras 500 para atividades diversas como food trucks, baianas de acarajé e barracas. No caso da atuação com isopor, será adotado o mesmo esquema do ano passado: cada ponto poderá ter atuação de até quatro pessoas, sendo um ambulante fixo e outros três volantes.

Blocos e camarotes - Outro segmento que também é grande gerador de emprego temporário é o de blocos e camarotes. Somente o Planeta Band Othon, que em 2017 completa 15 anos de existência, vai gerar 1,5 mil empregos diretos e indiretos durante os seis dias de funcionamento do espaço. Um dos patrocinadores oficiais da festa, a Skol também monta um camarote que deverá gerar 631 empregos diretos. Além disso, a empresa também vai contratar outro contingente temporário para ações promocionais durante os dias de folia.

A Central do Carnaval, empresa que gerencia a venda de blocos e camarotes na folia soteropolitana, saltou de 50 para 500 profissionais temporários que trabalham no setor de atendimento – responsável pela venda e entrega de abadás. Considerando ainda os quatro produtos próprios da empresa – três camarotes e o bloco Camaleão, um dos mais antigos de Salvador – são quase quatro mil empregos diretos e indiretos.

 “As pessoas que procuram atuar na área de atendimento são geralmente jovens entre 18 e 23 anos, recém-ingressos na faculdade ou que buscam o primeiro emprego, o que é muito bacana, pois possibilita a primeira experiência profissional. Já nos blocos e camarotes, o perfil é de produção, com pessoas entre 25 e 35 anos, já formadas ou com experiência nessa área”, pontua o sócio-diretor da Central do Carnaval, Joaquim Nery.

Outro setor dentro dos blocos que também oferta grande contingente de vagas é o de apoio, que envolve cordeiros, seguranças e supervisores. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros, Fiscais, Pessoal de Apoio e Coordenadores das Entidades Carnavalescas do Estado da Bahia (Sindcorda), devem ser contratados este ano cerca de 25 mil pessoas para atuação nesse segmento. O valor da diária este ano, firmado entre a categoria e os blocos no Ministério Público do Trabalho (MPT), passou de R$46 para R$54.

De acordo com o presidente da entidade, Matias Santos, a novidade este ano é de que o Sindcordas também vai atuar na intermediação e capacitação dos cordeiros e seguranças das agremiações. Ainda em fase piloto, a iniciativa já capacitou 4 mil trabalhadores e os profissionais serão encaminhados a cinco grandes blocos de Salvador.

“Mesmo sendo uma iniciativa piloto, já temos grande demanda tanto de trabalhadores quanto dos blocos. Infelizmente, ainda não temos como atender todas as solicitações, mas a intenção é de que possamos fazer isso no futuro, contando inclusive com o apoio dos próprios blocos e demais entidades”, afirma Santos. Ele ainda salienta que a intermediação e capacitação vai ajudar tanto no cadastro dos profissionais, quanto na orientação quanto à conduta e garantia dos direitos destes trabalhadores.  

Serviço público - Até mesmo a Prefeitura gera empregos temporários para a realização da megafolia momesca em Salvador. No último mês de janeiro, foram lançadas 259 vagas via Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) para contratação de engenheiros civis e profissionais que atuarão em centros de convivência e abordagem social. A estimativa é de que aproximadamente dez mil colaboradores – dentre servidores, colaboradores e terceirizados – devem atuar na festa.

"O Carnaval de Salvador é o grande propulsor da indústria do entretenimento instalada na cidade, que movimenta, significativamente, a economia. Sobretudo neste período de crise, onde tantas pessoas que estão desempregadas, elas têm a oportunidade de um trabalho e uma renda, mesmo que temporárias", salienta o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco.

Geração de renda – Além da geração de emprego, o Carnaval de Salvador também aquece a economia da cidade. O investimento para a edição 2017 é estimado pela Prefeitura em R$50 milhões, sendo R$30 milhões oriundos dos dois principais patrocinadores da festa – a empresa de bebidas Ambev, através da marca Skol, e a companhia aérea Air Europa. Com todos os fluxos, a movimentação econômica da cidade deverá chegar a R$ 1,5 bilhão nesse período.

“É importante lembrar que o folião, residente na Bahia ou visitante na condição de turista nacional e estrangeiro, é um consumidor ativo que bebe água, cerveja ou refrigerante; que come um lanche ou faz uma refeição completa; utiliza ônibus, táxi ou seu próprio automóvel (o que gera despesas de combustível); que adquire abadás de blocos e frequenta camarotes; compra tênis, short, blusas, camisas e adquire roupas e acessórios para brincar o Carnaval. O folião movimenta vários segmentos da economia, em especial o comércio varejista e o setor de serviços”, finaliza Tinoco.

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