Corregedoria afasta PMs e inicia inquérito sobre morte de adolescentes em Coité
A Corregedoria da Polícia Militar se manifestou sobre a morte de dois jovens do distrito de Salgadália, no município de Conceição de Coité, nordeste baiano, em dezembro de 2016. Luiz Henrique Matos, 16 anos, e Victor Oliveira Silva, 17, foram mortos a tiros durante a uma operação policial da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), no dia 7 de dezembro, na rodovia BA-411, no trecho do povoado de Serrote, na mesma região.
Em resposta ao secretário Geraldo Reis, a Corregedoria comunicou “o afastamento de policiais envolvidos e início do inquérito policial sobre as circunstâncias da morte de dois adolescentes de Conceição do Coité”.
A nota afirma que a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) recebeu, na última terça-feira (17), ofício da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia em resposta a solicitação do secretário Geraldo Reis sobre apuração das circunstâncias relativas ao duplo homicídio de adolescentes do distrito de Salgadália, no município de Conceição do Coité, em dezembro do ano passado.
“O acompanhamento do caso pela SJDHDS foi iniciado em 11 de dezembro de 2016, quando o secretário Geraldo Reis visitou o município de Conceição do Coité, a convite da prefeitura municipal. Acompanhado do prefeito Francisco de Assis dos Santos, e de lideranças da comunidade e do município, o secretário conversou com as famílias dos adolescentes Vitor de Oliveira Silva, 17 anos, e Luiz Henrique Matos, 16, ambos mortos no dia 7 do mesmo mês, na localidade.
De acordo com familiares dos adolescentes, o duplo homicídio teria sido cometido por policiais quando os jovens se deslocavam em uma moto. De acordo com a mãe de Vitor, Joelma Silva, o adolescente era estudante do colégio estadual da comunidade, onde cursava o segundo ano do ensino médio, e havia terminado de fazer uma prova menos de uma hora antes do fato ocorrido.
O outro adolescente, Luiz Henrique, era filho de Sandra Bispo, que trabalhava numa churrascaria do local. O jovem cursava o último ano do ensino fundamental e trabalhava no turno oposto em uma locadora de videogame. Ambas as famílias se apresentaram como religiosas e pertencentes à Igreja Católica”, afirma a Corregedoria em nota.